Simples assim, como uma balança. É desta forma que vejo nós
dois. Completamos-nos, e quando estamos juntos, tudo se equilibra. Não há
excessos nem faltas. Nada a mais, nem a menos. É a medida ideal: o yin e o
yang, a tampa e a panela, a chave e o cadeado, e tudo mais.
Por tanto tempo omiti para o mais íntimo e profundo eu que habita em mim. Tentei negar,
rejeitar e escondi essa ideia, por acreditar não proceder. Mas não teve jeito. Como um vulcão efusivo, esse
sentimento veio gradativamente, ganhando espaço e se espalhando, de forma a
solidificar a lava lentamente, permitindo que, à proporção que as ideias viessem
tudo se tornasse não tão mais simples, mas aceitável.
Tentei e aprendi a lidar com isso por um tempo. Esse tempo
passou, as placas se movimentaram, e esse vulcão passou a ser explosivo: tendo
um efeito imediato e avassalador exigindo de mim alguma atitude, já que era
tudo tão rápido e eu sentia uma necessidade de agir...
Senti-me nua, como se minhas vestes tivessem sido retiradas
gradativamente, permitindo que minha pele sentisse o frio da noite... Expus-me.
Mostrei-me. Foi assim, límpido como água corrente, e verdadeiro como sorriso de
bebê. Minhas palavras foram proferidas, num sentido que era impossível
retroceder. Arrisquei. Tentei. Consegui.Fui mais forte que imaginei e mais audaciosa do que nunca.
Temi. Mantive-me firme e segui. Não é simples externar sentimentos, mostrar o
EU interior.