Por Dentro

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Equilíbrio



Simples assim, como uma balança. É desta forma que vejo nós dois. Completamos-nos, e quando estamos juntos, tudo se equilibra. Não há excessos nem faltas. Nada a mais, nem a menos. É a medida ideal: o yin e o yang, a tampa e a panela, a chave e o cadeado, e tudo mais.

Por tanto tempo omiti para o mais íntimo e profundo eu que habita em mim. Tentei negar, rejeitar e escondi essa ideia, por acreditar não proceder.  Mas não teve jeito. Como um vulcão efusivo, esse sentimento veio gradativamente, ganhando espaço e se espalhando, de forma a solidificar a lava lentamente, permitindo que, à proporção que as ideias viessem tudo se tornasse não tão mais simples, mas aceitável.

Tentei e aprendi a lidar com isso por um tempo. Esse tempo passou, as placas se movimentaram, e esse vulcão passou a ser explosivo: tendo um efeito imediato e avassalador exigindo de mim alguma atitude, já que era tudo tão rápido e eu sentia uma necessidade de agir...

Senti-me nua, como se minhas vestes tivessem sido retiradas gradativamente, permitindo que minha pele sentisse o frio da noite... Expus-me. Mostrei-me. Foi assim, límpido como água corrente, e verdadeiro como sorriso de bebê. Minhas palavras foram proferidas, num sentido que era impossível retroceder. Arrisquei. Tentei. Consegui.Fui mais forte que imaginei e mais audaciosa do que nunca. Temi. Mantive-me firme e segui. Não é simples externar sentimentos, mostrar o EU interior.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Insegurança


Nossas escolhas direcionam o caminho que seguimos na vida e muitas vezes, por medo, nos resguardamos e evitamos tomar atitudes que possam gerar sofrimento mais tarde. No entanto, ninguém cresce sem sofrer. Os momentos ruins marcam e sempre trazem um aprendizado. Já os bons, nem tanto.

Um dos meus defeitos é sofrer por antecipação. O fato pode estar a meses de acontecer, e eu já estou pensando a respeito: crio estratégias e  -caso algumas delas dê errado-, planos A, B, C e D. E assim, deixo de viver o presente, pensando apenas num futuro que depende do agora para acontecer.

Estou me resguardando, acumulando energias para criar uma motivação – inexistente -, sair da inércia e me empenhar em prol daquilo que eu realmente quero pra mim. São tantas ambições, tantos desejos a serem realizados. No entanto, as respostas só virão ao longo do tempo. É apenas questão de paciência...

Hoje já não sei se faço o que gosto, ou se estou no caminho certo. Só sei que almejo muito pra minha vida. Pretendo concretizar todas as minhas metas, e começar a pôr meus planos em prática a partir de hoje, já que ontem já passou.

As vitórias são alcançadas se houver dedicação e empenho (com exceção daqueles sortudos cagões que conseguem tudo na vida sem esforços), mas há tanto caminho a percorrer; tantos obstáculos; tanta insegurança... Não sei se o coração é forte a esse ponto. E se der “caruara” na hora H? E se não acontecer? E se... 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O Último Suspiro



Seus dias já não amanhecem mais tão ensolarados. Tudo que ela consegue ver é a neblina que circunda sua mente. As palavras, por mais simples que pareçam, têm um peso incomensurável,  e tudo pode se tornar nada. Ela está sem fôlego e suas forças na reserva. O desespero bate à sua porta, implorando pela sua entrada, mas ela insiste em persistir, já que falta tão pouco.

Seu nível de estresse já extrapolou. Ela quer fugir, correr, sonhar, dormir, mas está presa a algemas que ninguém mais pode ver. Cada dia, é um dia a menos. Falta pouco, falta pouco. Calma, falta tão pouco... Ela insistentemente repete a si mesma... Mas as horas penam a passar.  Não há mais o que fazer a não ser acreditar, acreditar, acreditar, acreditar, senão, não concretiza.

A vida é feita de últimos suspiros. As pessoas vivem em pleno estado de disforia, almejando cada vez mais algo que está além do seu alcance... Mas com ela não é assim. Está tão perto...  Seu destino está em suas mãos. E por mais que doa, por mais que suas feridas ainda estejam abertas, sangrando, pulsando, ela precisa chegar lá.  Não há outra escolha. Não existe ninguém que possa fazer algo para ajudá-la, além dela mesma. Só que está doendo tanto...

Ela quer viver. Está tão cansada. Seu cérebro já não raciocina mais; não processa o básico. A vontade de gritar e  sair correndo toma suas veias. Ela precisa, necessita,  implora,  suplica por TEMPO!!!  Ela, só, somente ELA, precisa de tempo para ser ELA mesma. Acabou sua motivação. O circo foi embora, deixando apenas as lembranças.  E os palhaços que um dia encantavam tanto, hoje a assustam.

Vai passar, Vai ser, vai acontecer, vai concretizar, e ela vai dar seu último suspiro. Aquele de alivio e conforto, espalhando sorrisos e olhares de felicidade. Ela só precisa manter a calma e continuar.