Por Dentro

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Por que não chorar?!?



Desde pequena, sempre tive muita resistência para derramar uma lágrima. Acreditava que chorar é demonstrar fragilidade, fraqueza e uma tentativa barata de manipular os outros. Todas as vezes que estou prestes a entrar numa discussão, ou me encontro numa situação difícil com alguém que gosto, evito estender o assunto, simplesmente pra não me envolver e consequentemente, chorar.

Hoje em dia, isso tem trazido repercussões negativas em minha vida, pelo fato de muitas vezes calar-me para evitar um problema. Desta forma, abdico de muitas coisas, principalmente daquilo que eu acredito, pra não “bater de frente” com alguém, simplesmente por medo... A todo instante tento bancar uma imagem de pessoa forte, batalhadora e convicta de meus ideais. No entanto, não passo de uma pessoa com inseguranças, fragilidades que faz uso de uma carapaça no estilo Angelina Jolie, em “Sr e Sra Smith”.

Quando não tenho outra opção, que não seja encarar a situação, fico receosa. Tento resistir, segurar. Quando primeira lágrima cai e escorre em minha face, disfarço, tirando-a com o com as mãos, só que outra insistentemente escorre, seguida por outra, outra e mais outra. Assim, não há mais alternativas. Já estou ali, no papel de besta, totalmente fragilizada. Subitamente, sinto uma raiva de mim mesma, como se tivesse cometido o crime mais absurdo do mundo, meramente por deixar vir à tona o que estava guardado em mim.

São tantas coisas que passam em minha cabeça quando estou numa situação chata... A principal é que não gostaria de estar vivenciando tal; e a secundária, é que tenho receio de falar o que não devo, simplesmente por estar envolvida - pois geralmente é isto que acontece quando falamos sem pensar-, e uma palavra mal dita (ou maldita) pode ficar guardada no outro e machucar mais ainda...

O pior de chorar é não conseguir se controlar. Quando choro, choro calada, só as lágrimas escorrem em meu rosto. Implico-me para falar, entretanto, não passa de uma tentativa fracassada. Pensar demais é a pior solução, assim como falar demais. Sempre fico no meio termo: falo nada! Fico parada... olhando, calada, só observando, e elas lá, escorrendo, fazendo-me sentir como uma cachoeira.

A cada dia venho trabalhando isso em mim. Esforço-me para expor minha opinião, sem fazer mal a alguém, nem a mim mesma. Sei o quão é importante se expressar. É fundamental aprender a lidar com nossos bloqueios, frustrações, limitações, medos, e mais importante ainda, não ligar pros pensamentos e comentários alheios. Pior do que tudo isso, é ter uma armadura com o melhor metal e ter um coração frágil, de cristal. Um simples golpe certeiro é capaz de ultrapassar a barreira e atingir a o ponto mais fraco de alguém.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Florescer





Começamos a perceber a necessidade da presença de alguém em nossas vidas, quando sua ausência incomoda, quando sentimos saudades das palavras soltas ou das brincadeiras desnecessárias e bobas. As pessoas costumam aparecer e nunca nos damos conta da dimensão que a relação pode tomar; simplesmente, vamos levando, vivendo cada dia, fortalecendo o vínculo, e no final, percebemos que estas já fazem parte de nós, do nosso cotidiano.

O bom (mesmo) nas relações é quando conseguimos ser espontâneos; ser nós mesmos; sem ficar desconfortável, sem jeito; não há aquela sensação terrível ao sair com alguém pela primeira vez, e não se sabe se segura a mão, dá beijinho no rosto ou um abraço... Quando se está à vontade e ambos se conhecem, neste momento faz-se o que vêm à cabeça, sem medo.

Sinto que devemos estar sempre abertos ao novo, permitindo nos envolver e conhecer o outro; só assim, podemos perceber as nossas semelhanças, que a cada diálogo, tornam-se mais evidentes. Sorrio sempre ao perceber como nosso jeito, algumas manias e hábitos são meio parecidos. Mas, o que mais me surpreende, é como alguns sentimentos podem brotar de onde menos esperamos, e quando nos damos conta, ele já está lá, plantado, fincado, com raízes profundas...

Um único e singelo broto é capaz de disseminar seu pólen, e fazer florescer grandes campos de alegria, felicidade, confiança, paz e por que não o amor?!?

(...) vamos viver tudo que há pra viver; vamos nos permitir...”