Por Dentro

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Pieces



Andando pela cidade, sem muito a pensar, de repente algo me surpreende. Num milésimo de segundo, em minha mente passaram todos os nossos momentos: aqueles que vivemos e os que não chegamos a viver. Nossos risos, olhares tímidos e a minha projeção de um dia ficarmos juntos.

Foi o seu cheiro que senti; o cheiro do seu perfume, que desperta em mim sensações de alegria, felicidade e paz. Involuntariamente, sorri. Lembrei dos seus olhos, sorriso e suas palavras doces, ao meu ouvido, soando como uma inédita e linda melodia.

Continuei a caminhar, só que desta vez, levava você em meus pensamentos , feliz por saber que em algum momento pudemos viver algo que parecia ser impossível; infeliz por saber que aquele momento mágico seria o último de nossas vidas, que como duas retas paralelas jamais iriam se encontrar.

Seu cheiro despertou em mim sensações tão puras, que me impulsionavam a acreditar em quem sabe um “nós”. Mas a razão interveio, mostrando que nossas realidades são distintas, e que jamais poderíamos nos tornar um pronome na primeira pessoa do plural. Apenas um eu e tu, distantes. Voltaríamos à estaca zero, apenas olhares, como meros desconhecidos. It hurts.

Não consigo acreditar na realidade. Dói saber da verdade. Dói saber que meus sentimentos estão reprimidos, acuados, por simples medo da vida, por medo do que está por vir. Sim, medo do meu futuro, que é mais importante do que tudo que já vivemos. Dói por ser um indivíduo egoísta. Dói pensar apenas em mim. Eu sou assim. Não sou fria, sou realista. Não podemos ficar juntos. Meu coração chora, fragmentando-se, tentando juntar seus pedaços. Pieces of Love. Pieces of  missing. Pieces of us.

Estarei distante em corpo, mas you will be in my heart. Always.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Like a bird




Sinto-me a um passo da escuridão. Minha mente tristemente não vê mais motivos para sorrir: sente-se tolida. Sua liberdade de expressão, de agir, amar e aprender está cada vez mais reprimida.  Seus pensamentos estão em busca da luz do fim do túnel: a luz da liberdade!

Cada dia, um buraco se abre, sugando todas as energias, e só aumentando minha vontade de voar, seguir meu próprio rumo, sem medos, prisões, preconceitos, repressões; conhecendo o novo, conquistando meu próprio espaço mundo afora; conhecendo pessoas, aprendendo, amando e vivendo.

Posso estar agindo precipitadamente. Não. Estou pensando, é diferente. Nossas ideias a gente amadurece com o tempo. Nada pode tirar da mente de alguém seu desejo e o direito de ser livre. Cada qual é responsável pelos seus atos.

Sinto um rancor incomensurável. Minha mágoa me desfaz, me deixando aos pedaços, que insistentemente, tento reconstruir. Mas, toda vez que termino de juntar meus cacos, pensamentos ruins vêm e destroem tudo. E mais uma vez, me desfaço.

Choro, por dentro. Sinto-me como um pássaro com asas cortadas, preso em uma gaiola. Seu canto já não encanta. Ele não vê motivos para alegrar os outros; já não há razão para agraciar alguém com a beleza de seu canto. Por quê ele se permitiria ao esforço?

Tudo que o pássaro precisa é de tempo. Tempo para amadurecer. Amadurecer suas ideias, seus planos e esperar que suas asas cresçam, para alçar vôo e sequer olhar para trás.