Por Dentro

domingo, 24 de abril de 2011

Do outro lado


Todos os dias, travo uma briga com meu pior inimigo, que por pura coincidência, também é  meu melhor amigo. Ao acordar, deparo com ele, com seu mal humor matinal , que já não afeta tanto os outros. Sua aparência infeliz e desajeitada me incomoda, mas nada que não se resolva ao longo do dia...
Meu amigo é inconstante, está presente em lugares específicos. Sempre que , faço questão de olhar em seus olhos e sorrir, quando estou bem. Por outro lado, quando tudo está mal e nos encontramos ao acaso, é ele quem bem sabe e me entende; mais do que qualquer outra pessoa no mundo todo.
Há algum tempo, tenho evitado encontrar com este amigo, pois ele tem dito verdades que faço questão em não acreditar. Dói em mim saber e ver em seus olhos que não estou bem. Recuso seus conselhos. Seu jeito me irrita.  Sua aparência é desprezível. Posso dizer que estou desenvolvendo uma aversão a ele. Isso é triste, sei bem.
Sinto medo de como nossa relação vai se desenvolver ao longo dos anos. Apesar de tudo, eu o amo muito. Quando ficamos sem nos ver, sinto sua falta. Tenho uma necessidade indescritível de sempre saber como que anda a situação; se está tudo nos conformes e só então, sinto paz pra seguir em frente...
Algumas vezes, quando paramos pra nos entender, as palavras tornam-se banais e  sincronizadamente, lágrimas rolam sobre nossos rostos e lembranças passam em minha mente, de lugares, pessoas, momentos, cheiros, enfim...
Sei que em qualquer momento, quando todos tiverem ido, o meu amigo, aquele que sempre está lá, do outro lado do espelho, me dará as soluções necessárias para que eu resolva grandes ou insignificantes problemas. Só ele quem tem a capacidade de me julgar como ninguém e por este motivo, são as piores críticas. Só ele sabe o que sinto, o que penso; dos meus medos e anseios. Só ele pode me encorajar e acreditar na minha capacidade de seguir em frente, me estimulando quando tudo estiver perdido. Só ele. Mais ninguém.

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