Suas lágrimas cessaram. Já não
havia mais o que pôr pra fora. Todos os seus sentimentos estavam anestesiados,
e seu cérebro só pensava em como proceder a partir do presente momento. Não
havia escolhas ou alternativas, que não fosse partir. Mas como? A quem
recorrer?
Seus olhos mal viam o mundo, as
pálpebras não permitiam... A vermelhidão e a irritação, proveniente de um
descontrole emocional incomodavam-na. Aquela aparência refletida no espelho era
o de menos, se comparado com o “eu” interior dela, que nada mais era, do que
uma essência desconfigurada, completamente remendada...
Não sabia o que pensar ou que
fazer. As lembranças iam e vinham, assim como o mar, que também tem seus dias
de revolta, e consequentes ondas violentas.
Sumir! Essa era a solução?!?! Pra
onde? Pra onde ir, se ela estava perdida dentro de si mesma? Quais caminhos
seguir, se seus olhos não conseguem enxergar?
“Nada como um dia após o outro”,
já dizia uma velha filosofia... Mas não funcionava bem assim... quando parece
que tudo está péssimo, e não tem mais pra onde piorar, acredite: piora!
Momentos de dor, tristeza,
infelicidade incessante até quando? São apenas questionamentos a serem feitos,
diante de um emaranhado de problemas sem solução.
Ela não sabe nem o que escrever,
o que pensar ou o que externar. Suas palavras sempre vêm nos momentos de dor.
Mas o que está passando transcende a dor, perfurando infinitamente a sua
infeliz alma.
Toda a esperança que lhe resta, é
de que este momento será apenas um aprendizado, um exemplo de algo a não ser posto
em prática em sua vida.
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