Por Dentro

sábado, 26 de janeiro de 2013

DOR



Suas lágrimas cessaram. Já não havia mais o que pôr pra fora. Todos os seus sentimentos estavam anestesiados, e seu cérebro só pensava em como proceder a partir do presente momento. Não havia escolhas ou alternativas, que não fosse partir. Mas como? A quem recorrer?

Seus olhos mal viam o mundo, as pálpebras não permitiam... A vermelhidão e a irritação, proveniente de um descontrole emocional incomodavam-na. Aquela aparência refletida no espelho era o de menos, se comparado com o “eu” interior dela, que nada mais era, do que uma essência desconfigurada, completamente remendada...

Não sabia o que pensar ou que fazer. As lembranças iam e vinham, assim como o mar, que também tem seus dias de revolta, e consequentes ondas violentas.

Sumir! Essa era a solução?!?! Pra onde? Pra onde ir, se ela estava perdida dentro de si mesma? Quais caminhos seguir, se seus olhos não conseguem enxergar?

“Nada como um dia após o outro”, já dizia uma velha filosofia... Mas não funcionava bem assim... quando parece que tudo está péssimo, e não tem mais pra onde piorar, acredite: piora!

Momentos de dor, tristeza, infelicidade incessante até quando? São apenas questionamentos a serem feitos, diante de um emaranhado de problemas sem solução.

Ela não sabe nem o que escrever, o que pensar ou o que externar. Suas palavras sempre vêm nos momentos de dor. Mas o que está passando transcende a dor, perfurando infinitamente a sua infeliz alma.

Toda a esperança que lhe resta, é de que este momento será apenas um aprendizado, um exemplo de algo a não ser posto em prática em sua vida.

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